Este blog foi feito com o intuito de expor poemas, explicar sobre goticismo, vampirismo entre outros a fim de ajudar a todos nós praticantes e interessados sobre o assunto.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

LoVe TeArS


lágrimas
de sal e sangue
marejam
as covas fundas
dos olhos pisados
pelo calvário
de um coração
dilacerado
por uma mortal paixão

duas poças escuras
dois lagos simétricos
siameses

onde a alma ferida
se debruça
e tal qual um Narciso
definha enamorada da própria dor...

 

good night's kiss




não feche a janela do teu quarto esta noite

quando chegar a hora
da virada da madrugada

me farei anjo noturno
de diáfanas asas

te visitarei
meu amado

para deitar-me ao teu lado
novamente em mulher fatal transformada

saciarei sua sede
sua fome de amor
de carinhos e volúpias

em troca de um único
longo eterno
beijo de boa noite...

bloody ink


eu vivo
nas horas mortas
das madrugadas

e faço do sangue alheio
a tinta
para rabiscar meus poemas

sorvendo a vida
vou compondo
minhas rimas raras

antiversos
feitos de trás para frente
num flashback contrário

au bout de la nuit

doces perfumes se misturam

confundindo-se na escuridão


a noite é sonora, olfativa e tátil

lençóis são jardins

e corpos são flores

de odor úmido e quente


mãos jardineiras

semeiam carícias selvagens

e colhem gritos estrangulados

de amor e de prazer

handcrafts

a lua cheia é um bordado pálido
tramado em finíssimos fios
da mais luminosa e argêntea seda

alinhavadas num céu
de veludo azeviche
são as estrelas botões de madrepérola

num corte impecável de alfaiataria
as hábeis mãos do destino
confeccionam a grande capa
que recobre os seres
governantes das noites 

moonlight at moon's night


intersecção de almas
conjunção de olhares

convergindo para uma lua
plena de encantos
tantos

na face polida de prata
_espelho noturno_
te fazes imagem
em meu mundo sombrio

e sei que, mesmo irrefletida sombra,
me faço presente
em tuas horas solitárias

red sky

encarnadas

§ como teu sangue
aspirado
e desejado §

são

as rosas, que não falam

as papoulas, que não cheiram

* teu sangue rubro
que me atiça
enfeitiça
como a capa provocadora
do toureiro na arena *

este teu sangue
que como um céu subitamente
vermelho
se acendesse em estrelas múltiplas
de cristal negro

- cintilando intensas
na noite da minha alma dividida

LUNAÇÃO


NOVILÚNIO I
.negra é a noite com seu lume adormecido
vésper vela o sono
outras estrelas embriagam-se com luz
incrustadas no veludo velho do céu
negras são as vestes dos vampiros
farejando o sangue nosso de cada dia
lauto banquete líquido
da eterna aliança das trevas
negra é a asa do corvo de Poe
nevermore nevermore nevermore
palavras manchas indeléveis
madrugada eterna da alma
negro é o grito que parte de alguma parte
retalho de silêncio seda rasgado a mão
restos dispersos do grito ecoam
agudas notas duma canção sem dó
negro é o gato que cruza a estrada
esguia sombra assustada
fugidias luzes açoitam a senda
interrogando a calada da noite
negra é a magia das bruxas
encantatórias fórmulas secretas
o veneno do saber destilado
o sabor do veneno provado
negra é a noite com seu lume adormecido
vésper vela o sono
outras estrelas embriagam-se com luz
incrustadas no veludo do velho bordel
CRESCENTE
( signo
do andrógino punido
metade do mito platônico
meialua
mea culpa
errância na noite
acima dos pecados e das capitais
quase taça
punhal cigano
fino fio de corte preciso
lunar de São Sepé
rachadura no espelho
(de)talhe no rosto da noite
cicatriz de prata
inteira por ser lua
quarto por ser ciclo
e metade
talvez barca
flutua mansa nas águas celestes
sem barqueiro em seu comando
pe(s)cadora atrás de pérolas
crescente clara
zelosa amante
percorrendo a noite
com sua candeia acesa

PLENILÚNIO

o pequeno luzeiro
que a noite governa
em sua fas/ce plena
blue moon
bitter moon
shy moon
the dark side of the moon
cheia de si
reencontro das metades
abraço pleno de luz
órbita do orgasmo
corpo celeste
hermAfrodite
décima musa
mitos povoam as noites
lendas de lobisomens
medo do desconhecido
transformações
lua louca
feminina
fescenina
fascina

MINGUANTE

) desfeito abraço
continuação de viagem
a parte do todo que parte
cara metade clara
peregrina
por veredas tortas
avança
sem perto sem porto
caminha rota
adentrando-se na densa sombra de si mesma

NOVILÚNIO II

.negra é a noite com seu lume adormecido
vésper vela o sono
outras estrelas embriagam-se com luz
incrustadas no veludo velho do céu
negros são os nossos ancestrais
elo de sangue que nos une
meu povo é o teu povo que é nosso
história nascida antes de nós
negra é a hora da madrugada
onde os desejos apontam caminhos
o f(r)io invisível da noite
tece o abraço contido
negro é o azul do olhar
cimetière céleste dos mistérios
silêncio de tuas muitas vozes
esfinge pronta para devorar
negra é a sombra do teu corpo
projetada sobre o meu
oásis de paz suave pele
águas benvindas compartilhadas
negro é o orgasmo que traga
o corpo frágil com suas vagas
ondas escuras percorrem lentas
os carinhos que tua mão traçou
negra é a noite com seu lume adormecido
vésper vela o sono
outras estrelas embriagam-se com luz
incrustadas no veludo do velho bordel
 

Le vampire mauvais


"Quand, les deux yeux fermés, en un soir chaude d'automne,
je respire l'odeur de ton sein chaleureux..."
(Parfum exotique, Charles Baudelaire)


cendre noir
respirer l'odeur de sang vif
rechercher dans les mots
l'immor(t)alité
soucer l'infinitif du verbe
sans lumière
&
sans prière
accepter le mystère
après la petite mort
renaître des cendres du graphite
comme le phénix
maudit mauvais
semer parmi les fleurs du mal
les fleurs exotiques
de mauve

The Dark of Night

A noite se tece de silêncios

tramados em dobras de nuvens.
Sussuros se dissolvem
em alcovas de veludo negro.



Êxtases e agonias
testemunhados pela lua cheia.

Sangue e paixões se misturam
em taças de cristal partidas.
Beijos fatais, abraços mortais:
corpos sedentos de eternidade.
Sedução e perdições
na cintilância do olhar de punhal.


Boneca de porcelana

Por favor, perdoe-me
Mas esta será a última vez
Eu me cansei de estar aqui
Vivendo só pra você

Não quero ser um apoio
Não quero ser sua base
Eu quero viver pra mim mesma
Não quero viver só pra você

Você me chama quando precisa
Me usa quando tem vontade
Depois se esquece que eu existo
Eu não existo de verdade

Pra você sou só um objeto
Uma boneca de porcelana
Numa caixa em sua estante
Um enfeite sem muita importância

Mas eu quero mais que isso
Me cansei de ser assim
Eu quero viver
Queiro uma vida pra mim

Então, me perdoe
Mas será a última vez
Já é o bastante
Não vou viver pra você
 


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Eu respiro o perfume do lírio do campo
Que já não sustenta mais de angúnstia
Sangram as lágrimas que caem...
Suspira à saudade que varre as lembranças..
Quero cair....quero me jogar ao longe onde nada mais me acolherá
Quero derramar sozinha minhas lágrimas
Como o lírio, quero me isolar...
mesmo que eu sangre até a sublime morte...
Quero deitar-me sob a terra
e observar a beleza de estar vulnerável e sozinha
Ser absorvida para seu interior
Ser parte da sua essência
É tudo que quero e penso em sentir
Em meus mais profundos momentos de desespero
Quando minha alma exala o som da morte
Ao mesmo implícita o desejo de estar permeando a beleza vivida aos antepassados
Um desejo que arde...que anseia a intorromper esse sentimento
Mas que não tem forças para lutar a isso...
A esperança que resta não basta...
Liga-se a mim por apenas um trêmulo fio
Que a qualquer momento, assim como minha vida, poderá se romper.

(Autor desconhcido)








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Alma vazia


Me dê um motivo
Para continuar aqui
Sofrendo por tudas as coisas
que você me fez sentir

É tão exaustivo olhar no espelho
E ver as marcas de um passado
Sabendo que este
Nunca poderá ser apagado

Já tentei deixar o tempo passar
E esperar o buraco em minha alma fechar
Tentei deixar o tempo passar
E o coração descongelar

Deixar as feridas cicatrizarem
E as lágrimas secarem...
Mas foi tudo em vão
Eu desisto então...

Estou indo embora agora
Procurar um pouco de vida lá fora
Tentar o vazio da minha alma preencher
Tentar não mais sofrer

Lady Goblintree










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Olhos de vidro

Os olhos são a janela da alma
Há olhos azuis:
Almas belas, cheias de esperança e bondade;
Há os olhos verdes:
Almas puras, alegres e repletas de prosperidade;
Há olhos castanhos:
Almas fortes, resistesntes; sobreviventes.
Olhos negros:
Almas negras, tentando respirar
em meio ao desespero de na escuridão
nada enxergar...

Há os olhos meus...
Brancos, de vidro, nada transparecem...
Alegria, tristeza, ódio, amor...

Vidros transparentes, logo brancos
O que vês no branco?
Minha alma..
Logo, nada...

Lady Goblintree











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